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O Nosso Folclore, em noticia....
Com agrado geral actuaram na cidade de Famalicão, nos passados dias 14 e 15 de Junho, o nosso Rancho Folclórico e a nossa Banda de Zés P'reiras.
Também em Vilar, na festa do Padroeiro, São Pedro, actuaram os nossos agrupamentos folclóricos e etnográficos, no dia 29 de Junho. Nas festividades em causa é de salientar a presença de sua Excia. Revma., o Senhor Bispo de Vila Real que nesse dia veio administrar o sacramento do Crisma a 60 jovens da nossa freguesia.
- Da mesma forma, durante o mês de Julho, para além das Festas do Concelho, os nossos agrupamentos actuaram pelo São Tiago, no Monte Farinha, nos dias 24 e 25.
- Neste mês de Agosto, temos já nos próximos dias 9 e 10 uma deslocação a terras de Amarante, onde no dia 9 vai ser logo manhã cedo a nossa banda de zés P'reiras a ter a honra de anunciar às gentes de Rebordelo as suas festas de Nossa Senhora das Mercês. Para no dia 10 ser a Santa Missa abrilhantada pelo nosso Coro Coral de Nossa Senhora da Graça e a tarde recreativa animada pelos nossos ranchos sénior e infantil . Neste momento são já garantidas 75 figuras da nossa freguesia a deslocarem-se a terras de São Gonçalo, o melhor dizendo, a Rebordelo-Amarante.
- Para Setembro está assegurada a participação dos nossos agrupamentos corais na grande Peregrinação do Monte Farinha, no 1º domingo de Setembro, e toda a nossa máquina folclórica e etnográfica a funcionar de novo nas festas de Nossa Senhora de Fátima, em Vilarinho, no 2º domingo desse mesmo mês.
Temos ainda para esta quadra alta de festividades vários convites que por não estarem confirmados ficam por mencionar.
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Outras Noticiias
O Grupo do Centro Cultural de Vilar de Perdizes/Montalegre, deslocou-se a Lisboa, no dia 24 de Maio, onde actuou na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro. Integrado nele vinha o revdo. Padre Lourenço Fontes, pároco daquela freguesia de terras barrosãs.
- Uma vez que já todos cheggaram à conclusão que a nível de paróquia existe muita coisa para fazer, aqui dexamos o nosso conselho: comecem por uma ponta....
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Pardelhas
Nas rifas do Vilão e margem esquuerda do rio Ôlo, fica situada a freguesia de Pardelhas cujo Orago é são João Baptista. Diista 20 kms.da sede do concelho e uns 30 de Vila Real. Por ali passei numa das minhas peregrinações de jovem caminheiro..., em Agoosto de 1953. Notei então a hospitalidade daquela gente sã como os ares do seu soporte Marão. Recordações!
Hoje, e pelo facto de sua população criistã estar confiada também ao pároco de São Pedro de Vilar de Ferreiros, lembrei-me trazer a esta Folha um pouco de história da maronesa terra de que em criança ouvi os seguintes versos:
" Ai se Pardelhas fosse uma vila
e se Mondim fosse uma cidade,
nós cá stariamos de novo
a dar a smola ó hospital"
Eram mais ou menos assim os versos que por ocasião de um corjo de oferendas a favor do hospital de Mondim de Basto muita gente do concelho fixou na década de 40.
Do mais, sei que foi uma vigairaria de apresentação ad nutum do abade de Ermelo, e pertenceu a este concelho ate à sua extinção em 31 de Dezembro de 1853.
Passando a pertencer ao concelho de Mondim até à extnção deste, em 26 -12 - 1895, para com ele ser anexada ao de Celorico de Basto.
Com a restauração do concelho de Mondim, em 13-1- 1898, voltou a fazer parte dele e nele se mmantem integrada como freguesia rural.
Com todas estas mudanças ganhou independência paroquial em relação a Ermelo, que neste momento nem abade residente tem, mas melhor seria ter conservado o tradicional ad nutum em benefício de São Pedro....Isto porque a igreja de Villar de Ferreiros precisa de padre a tempo inteiro.
Costa Pereira. >
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Será Desta?!
Oficializado em 31 de Outubro de 1979, o GFRV lançou logo em Junho do ano seguinte a sua Folha Informativa para seu porta-voz noticioso e meio propagador dos valores históricos e culturais de uma comunidade com tradições na região onde surge integrada. Com um estatuto ambicioso e uma vontade firme por parte dos seus dirigentes em lhe dar cumprimento, o GFRV notou a seu tempo a impossibilidade de poder avançar com o seu projecto cultural e social sem dispor primeiro de uma sede própria e funcional. Daí o não se ter poupado a esforços no sentido de alertar os que por cargo têm a missão de apoiarem quando não dinamizarem um trabalho desta natureza. Que assim tem procedido demonstra-o a leitura da acta seguinte:
"Reunião extraordinária dos Corpos Gerentes do GFRV, em 20 de Março de 1986, de que resultou a seguinte deliberação: tendo esta Direcção verificado a falta de firmeza do terreno destinado à construção da futura sede social da colectividade, devido ao recente aluimento de uma mina que atravessa o local, foi necessário providenciar no sentido de resolver um problema que respeita a toda a comunidade cultural, artística, social e até cristã, já que o imóvel a construir pretende ser abraçado por toda a população local que o vai utilizar a seu bel-prazer. Face a tal imprevisto, resolveu esta Direcção recorrer ao Sr. Presidente da Junta de Freguesia que prontamente com vários membros directivos do GFRV nos acompanhou até junto do senhor Presidente da CM de Mondim de Basto afim de ser exposta a nossa causa. Este, não só compreendeu o nosso dilema, como de imediato se deslocou a Vilarinho, acompanhado de um técnico da Câmara para dar seguimento à nossa caminhada. Tendo para o efeito cedido uma parcela de terreno municipal, do adquirido para edificar uma escola, corroborando dessa forma a atitude do nosso associado Sr. Manuel Lopes que cedeu o restante da sua propriedade denominada Leira das Latas. Ficando agora decidido, com o apoio da Câmara, elaborar o projecto que irá ser enviado à Secretaria de Estado da Cultura que contamos nos dê também o seu apoio económico, já que o da Junta de Freguesia nos está prometido.
O terreno acima citado tinha sido doado ao GFRV por escritura de Outubro de 1982, pelos Srs. Manuel Lopes e Manuel Luís Morais, no valor de 2.000$00 e 3.000$00 sucessivamente; ficando pela presente acta os referidos doadores de novo senhores do seus terrenos, embora com o compromisso de repor essa importância ao GFRV.
Esta Direcção, sabendo interpretar a vontade de toda a Comunidade de Vilarinho, mormente dos seus consócios, deseja agradecer reconhecidamente ao senhores Presidente da Câmara, Vereadores, Técnicos e Funcionários, bem como ao nosso Presidente da Junta e Revdo. Pároco, todas as atenções recebidas e colaboração prestada. Agradecimento que tornamos extensivo aos nossos sócios fundadores, residenttes em Lisboa, em particular aos Srs. José Augusto da Costa Pereira e Franciisco Borges Lopes, responsáveis pela manutenção da Folha Informativa.
Para os devidos efeitos se lavrou a presente acta que vai ser arquivada.
Vilarinho - Vilar de Ferreiros - Mondim de Basto, 20 de Março de 1986"
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Paróquia de São Pedro
Como paróquia Vilar de Ferreiros tem hoje a sua igreja bem cuidada, com outros templos do seu foro, caso do Santuário de Nossa Senhora da Graça e capela de são José, no lugar do Fojo.Há no entanto obras a fazer na capela de Santo António de Vilarinho, bem, como dinamizar os habitantes de Covas e Vila Chã no sentido de manter zelado o património religioso de cada lugar. Isto porque as coisas de Deus merecem cuidados especiais, que só os autênticos cristãos saberão entender. E porque o entendem, as obras da residência paroquial vão ser uma realidade. Orar e trabalhar...
cp
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O Bezerro d'ouro
(Lenda)
Formada por um rebaixamento do solo, entre os cotos dos Palhaços e Palhacinhos, a Plaina dos Mouros é hoje um ermo pedaço de terra montanhosa onde raramente a presença humana se faz notar, sobretudo após 1933, ano em que os Serviços Florestais iniciaram a florestação nos baldios...do concelho de Mondim de Basto. Antes disso era o lugar frequentado por pastores, carvoeiros e roçadores de Vilar, como havia sido em épocas remotas centro de movimentada actividade social e económica por acção dos habitantes do castro dominante ou citânia vizinha cujos testemunhos arqueológicos ainda agora são por ali bem evidentes.
Com a volta do gado, a ida à lenha ou estrume , por ali passaram inúmeras gerações anteriores à década de 30, e todas por sua vez recomendando sempre umas às outras o cuidado... a ter sempre com o passar junto ao "esconderijo da moura encantada", que mais não é senão um montão de calhaus a esmo que diz também a tradição ser a boca da mina por onde os mouros levavam os cavalos a beber ao Tâmega. Mais adianta a lenda , existir ali para além da formosa moura encantada , um enorme tesouro enterrado do qual se destaca um bezerro de ouro que a moura entregará a quem tiver a coragem de em dia e hora determinada lá for quebrar-lhe o encanto.
Para lá chegar, indo de Vilar, a escalada inicia-se junto à Poça do Souto seguindo através dum estreito quelho que vai dar aos Poços do Linho, ou pelo caminho que pelo Pontão vai dar ao mesmo sítio. Caminhando, temos alguns metros acima o Carregal, onde virando à nossa direita podemos seguir o caminho ou um atalho que nos leva pela encosta até às Richeiras - zona de interesse arqueológico à espera ser estudada - ao encontro com o Caminho Novo, de acesso ao Monte Farinha. Já no Caminho Novo e uma vez nas Richeiras de Cima, depois de percorridos uns 50 metros vamos deixa-lo e tomar à nossa direita o carreiro que ladeado por brava vegetação nos conduz até à Fonte dos Gatos. É tempo de recordar que neste pedregoso e íngreme percurso já se gastaram com certeza uns bons 30 minutos do bom caminhar.
Alcançada a Fonte dos Gatos, temos à vista o topo sul da referida Plaina dos Mouros, e ali, a um canto, surge encostado ao cerro do Meão Grande (ou Palhaços), o tal montão de calhaus que a tradição aponta como sendo um recinto enfeitiçado pela presença duma moura encantada com seus tesouros escondidos no interior da mina.
Com mais ou menos veracidade é a história que segue e cujos personagens que entram nela conheci e ouvi relatar, assim: "Se por caridade para com a moura, se por ambição de lhe tomar os bens..., o facto é que munida do livro de São Cipriano, e pela caladinha da noite de certo dia do ano lá foi monte arriba uma nossa conterrânea temidamente violar o arrenegado lugar. Com tão má sorte e azar tentou o desencanto que o resultado foi um susto e o cair no ridículo de quem soube dessa suposta aventura...
A tal respeito, e referindo-se à crendeira, me contava, ainda há pouco, a ti Augusta Ferreira: " A ti Queirota, do Outeiro, bem lá foi arriba p'ra trazer o bezerro d'ouro, mas o que lhe calhau em paga foi vir pelos ares parar ao Carregal, puxada por um redemoinho de vento!!! E o bezerro lá ficou, mais a moura... "
Para não menosprezar a memória das saudosas irmãs Queirós que bem conheci, quero dizer à ti Augusta, para sua informação: - Em nossos dias, mesmo sem o livro das bruxarias, nem em noite de São João, tem havido muito boa gente de fora da nossa freguesia a fazer o mesmo....Só que esses devido ao peso das pias e doutros artefactos arqueológicos saqueados, em vez de voarem levados por um redemoinho, são eles que fazem voar o património local, deixando ali somente o que não podem levar: a moura e seu bezerro de ouro...
Costa Pereira
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Toponímia Local
Continuando com o arrolamento dos diversos topónimos existentes na nossa freguesia , vamos desta vez focar aguns de origem arqueológica:
Cabeça do Homem = Penedo de Vilarinho
Cancela = lugar de Vilar
Castroeyro = lugar de Campos
Couto da Pena = monte de Vilarinho
Muro = lugar de Vilar
Mina dos Mouros = monte de Vilar
Pedra que Fala = calhau de Vilarinho (Campo do Seixo)
Pedreira = aldeia
Premurado = monte de Vilarinho
Gruta do Ermitão = Monte Farinha
Richeiras = monte de Vilar
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De Janeiro a fins de Março, o movimento demográfico da n/freguesia sofreu em relação a mortes e nascimentos natural oscilação. De modo que perdemos para sempre os saudosos conterrâneos Srs. Serafim Carvalho, de Covas; Rosalina Gonçalves Barroso, de Vilar, e Matilde da Silva Lopes, de Vilarinho. Média de idade: 76 anos de Vida.
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Durante o mesmo espaço de tempo viram a luz do dia 8 crianças, dois rapazes e seis raparigas, dos nomes escolhidos já consta um Márcio e uma Vera Lúcia, sinal que a influência das telenovelas brasileiras vai chegando....mesmo onde os portugueses ainda não fizeram chegar a luz electrica.
Paz para os falecidos. Sorte para os recem-nascidos.
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A Sabedoria do Povo
Em Abril águas mil
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Fraco é o Maio que não rompe uma croça.
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A velha guardou a melhor cepa para comer as cerejas ao lume
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Em Junho foucinhas no punho
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Pelo San'Tiago apinta o bago.
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Quem quer vai, quem não quer manda.
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Filho és, pai serás.
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Você sabe, mas.....
Se quiser chame-lhe jogo de memória, se não quiser chame-lhe um brincadeira . O que se pretende é que o leitor tente formar nomes de lugares da freguesia de São Pedro de Vilar de Ferreiros, dando nós o número de letras que compõe a palavra através de pontos (.....) e uma letra ou duas para ajudar.
Exemplo:
....r...o
Seria Vilarinho
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....S
E.....T.
....H.
...T.S
...E...L
..LV....
..L.
..J.
.A....0.
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Um Convite
Se uma terra vale aquilo que os filhos querem que ela valha, um boletim informmativo com as características desta folha valerá o que os associados e dirigentes do G.F.R.V. desejarem....
Associado: colaboro e participa na vida da tua colectividade. Dá sugestões, notícia e se não ajudares não critiques, o pouco que os outros façam.
Faz qualquer coisa! Ajuda a melhorar.
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Você sabia:
(1- Covas; 2- Barbeito; 3- Cainha; 4- Mestas; 5- Bezerral;6-Calvário; 7- Rila (cruz de);8-Fojo, e 9-Palhaços).>
À medida que as seiras vão sendo espremidas, o azeite é libertado juntamente com o pilro (borra da azeitona) para dentro dum depósito em pedra onde entra auxiliado pela água da escalda com que constantemente as seiras são rescaldadas para facilitar a separação do azeite. O referido depósito (pilão) comunica com um outro de forma a que o azeite por ser mais leve se separa do pilro e entra pela parte superior no segundo pilão, donde vai sendo tirado em medidas para os gaibos e daí transportado para as tanhas .
O bagaço da azeitona na região de Basto ou se quisermos na freguesia de Vilar de Ferreiros (antigas Ferrarias de Entre Tâmega e Douro) apenas serve de alimento às fornalhas das azenhas, embora apareçam pessoas a comprar algum e que sabemos ser, depois de caldeado, um óptimo alimento para os animais, em outras terras do país.
Durante o período em que funcionam as azenhas é tradição grupos de pessoas se juntarem ao calor da fornalha comendo batata assada, regadinha com azeite novo. Ou então comendo em casa cibos (pequenos pedaços) de pão - milho ou centeio molhados em borras de azeite retirado do pilão do pilro .
Actualmente as tradicionais azenhas de moer azeitona estão a ser substituídas pelos modernos lagares, em prejuízo duma remota tradição, tão velha na região de Basto como o aparecimento da oliveira ali.
Antes de terminarmos esta etnográfica homenagem à azenha, gostávamos de lembrar aqui aos amigos dos moinhos a necessidade que há em salvar os poucos exemplares ainda existentes destes tradicionais engenhos, e lembrar ao agricultor de Basto que por favor não deixe que entre nós desapareça a cultura da sagrada oliveira.
José Francisco Borges e J.A. da Costa Pereira.
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A
Leite de Vasconcelos
Quando se fala de costumes ou tradições do povo português é justo que se recorde um nome nacional que à etnografia deu grande parte do seu talento. Essa figura ilustre foi José Leite de Vasconcelos que nasceu em 1858 e faleceu em 1941. Escreveu entre outros valiosíssimos trabalhos: Tradições Populares de Portugal, Religiões da Lusitânia , Ensaios Etnográficos, Filologia Mirandesa, e muitos outros que merece a pena conhecer.
A nossa terra necessitava da erudição de muitos etnólogos como Leite de Vasconcelos que hoje aqui homenageamos.
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Noticiário
A nossa ida a Espanha (Verin ) no pretérito dia 1 de Março, constituiu uma agradável jornada cultural e recreativa para todos quantos nos acompanharam àquela linda vila espanhola que o Grupo Folclórico e Recreativo de Vilarinho jamais olvidará.
continua
Um dos objectivos do boletim foi também o de dar oportunidade aos associados de se poderem fazer ouvir e culturalmente expressaram no que respeita a conhecimentos históricos e etnográficos de interesse local. Pouco, mas algum resultado deu. E a "folha número 2", correspondente a Setembro de 1980, dá indicação disso mesmo, como vamos ver:
<Editorial
Caros Consócios: no passado dia 10 de Agosto teve lugar nas instalações provisórias da nossa sede, uma manifestação cultural que chamou a si as atenções gerais da freguesia e do concelho também. A Imprensa escrita e falada ocupou-se do acontecimento tecendo-lhe os mais rasgados elogios, facto que só por si nos alegra e satisfaz.
A quantos contribuiram para que tal jornada constituisse o êxito que constituiu, desejo, na minha modesta e despretenciosa qualidade de presidente da Direcção do GFRV, registar aqui os meus agradecimentos a todos os associados que comigo colaboraram nesta proveitosa manifestação cultural que os estatutos da nossa associação exigem de nós e de vós ppara que se cumpra.
Quem não quer ser lobo, não lhe vesta a pele... - (Manuel Mário Borges Lopes).
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Premurado
Por: José F. Borges Lopes.
Outeiro situado no lugar de Vilarinho, próximo do povoado de Bezerral, surge-nos no cenário local como padrão histórico, assinalando o remotismo desta característica aldeia alcandorada na meia encosta da cordilheira da serra da Senhora da Graça: é o alto do "Premurado". É este Premurado, pobre e esquecido, que somente as cristalinas águas do Ribeiro ou Ribeira Velha com simpatia saúdam do seu verdejante vale, um dos raros marcos histórios que ainda hoje fala ao povo de Vilarinho de seu milinário passado.
Quem passa pela base do pequeno outeiro a caminho do Estor da Lage ou de Rebencegadas nem necessita de subir ao cimo do monte para ver que estamos em face de um monte fortificado, onde povos muito antigos viveram, lutaram e graças à sua persistência nasceu Vilarinho. Se o fizermos melhor será, pois lá encontraremos para além do muramento típico das construções castrejas, artefactos como mós, as tradicionais covinhas e até a origem do topónimo.
Conterrâneos, quis neste curto espaço evocar-vos a imagem geográfica dum pedaço de terra que me toca a alma e que desejava ver por vós venerada e cada pedra respeitada como túmulo sagrado de recordações. "Em honra do passado, respeitai o presente. O futuro vos agradecerá".
Um pouco de história à volta do Grupo Folclórico e Recreativo de Vilarinho GFRV ) que por minha iniciativa e o apoio de mais quatro conterrâneos foi oficializado, num cartório de Lisboa, a 31 de Outubro de 1979. Uma vez oficializado agora era necessário dar-lhe projecção, e para isso nada como dotá-lo com um Boletim Informativo que por modesto que fosse seria sempre importante como porta-voz duma associação em embrião. Foi o que aconteceu. Em Junho de 1980, com o Manuel Mário Borges Lopes, como Director, e na Redacção, o J.A. Costa Pereira, surge o 1º número da Folha cujo conteúdo passo a transcrever:
<Editorial
Rude na forma, pobre no aspecto, o 1º número do Boletim Informativo do Grupo Folclórico e Recreativo de Vilarinho sai à luz do dia para levar uma mensagem de amizade a todos os leitores, associados ou simples amigos da jovem Colectividade nascida em 31/10/979.
Fruto de um são e puro regionalismo, a oficialização do GFRV surgiu de uma conversa entre mim e o saudoso bairrista José Queirós aquando da sua vinda ao Casino Estoril, em 1978, integrado no então ainda desorganizado rancho de Vilarinho. Trocamos impressões, ouviram-se os mais directos interessados e o agrupamento folclórico que em 1962 se havia organizado em São Pedro de Vilar de Ferreiros, ou mais propriamente dito no lugar de Vilarinho, desta freguesia, apareceu. Agora legalizado e transformado no Grupo Folclórico e Recreativo de Vilarinho. O bairrismo faz destes milagres.
Com a fundação desta associação regional ficou mais rica a terra e a região de Basto que tem agora uma colectividade estatutariamente empenhada na defesa da Cultura Popullar de entre Lameira e Velão, e muito especialmente no que nesse domínio diz respeito às antigas Ferrarias de entre Tâmega e Douro: a que pertencia a actual freguesia de São Pedro de Vilar de Ferreiros.
Sem pressas, nem promessas, os responsáveis pelo GFRV arrancaram já com sua obra. Começasse assim! Visto dizer o ditado: "Quem vai com muita pressa, pode cair e partir a cabeça". - (José Augusto da Costa Pereira)
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Defesa do Património
Integrada na Campanha Nacional de Defesa do Património Cultural do País, vai levar-se a efeito no lugar de Vilarinho, freguesia de São Pedro de Vilar de Ferreiros, concelho de Mondim de Basto, uma jornada consagrada ao simbolico acontecimento que aqui será para além doutras realizações, marcado com uma conferência sobordinada ao tema: "A Região de Basto e as Ferrarias entre Tâmega e Douro", a cargo do sócio-fundador do GFRV , o nosso conterrâneo Sr. José Augusto da Costa Pereira , que para o efeito aqui se desloca propositadamente, vindo de Lisboa, na tarde de domingo, dia 10 de Agosto próximo.
Do programa desse dia podemos destacar: às 09h30, concentração junto à capela de Vilarinho, para uma visita aos lugares históricos da terra. Às 14h15, recepção aos convidados; às 15h50, início da Conferência. Às 17h00, projecção de um filme sobre a Senhora da Graça, e por fim exebição do Grupo Coral da freguesia, rancho e um representação teatral. Um dia festivo para vires gozar com teus familiares e amigos a Vilarnho, onde pelo menos há pão e vinho...
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Noticiário
No passado dia 25 de Abril tivemos cá a visita TV-Norte, que nos veio filmar o rancho, para ser exibido através dos écrans, na tarde de 27 de Maio último.
O nosso grupo conta neste mommento com 67 associados, incluindo os 5 sócios-fundadores.
O Rancho tem já saídas marcadas para as seguintes terras: em Mondim e na Senhora da Graça, pelas festas da vila e romaria de São Tiago; em Vilar de Viando, pelas festas de Santa Luzia; pelo São Pedro , em Vilar de Ferreiros; e a 13 de Julho, em Vila Real.
Em 31/10/979 foi fundado o GFRV . Recorda, fazendo-te sócio!>
. Folha-4d
. Folha-4c
. Verdadeiro modelo de São ...