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CAMPOS
Situada no topo oriental do monte denominado Serra e no local onde este relevo geográfico parece como que a servir de base inferior e de patamar ao imponente Monte Farinha, a aldeia de Campos é passagem quase obrigatória para quem de Mondim (vila) se dirige por estrada para Vilar de Ferreiros ou por caminho para o Santuário de Nossa Senhora da Graça.
Com sua capelinha consagrada a São Gonçalo, o seu vetusto cruzeiro, as suas piedosas alminhas e um calor humanamente rural que caracteriza os seus habitantes, a povoação de Campos mesmo repartida por duas freguesias (São Pedro de Vilar de Ferreiros e São Cristóvão de Mondim) parece sentir-se orgulhosa desse facto por se ver assim rodeada por duas autarquias interessadas pelo seu desenvolvimento.
Embora a sua ocupação efectiva só se tenha verificado um ou dois séculos depois da Nacionalidade tudo leva a crer que o aproveitamento do seu solo já era feito há muitos séculos antes dessa data. Fundamento esta tese no facto da localidade não aparecer mencionada nas Inquirições do Conde de Bolonha quando este pediu as delimitações das antigas Ferrarias (Vilar de Ferreiros) e em vez de Campos constar assinalado a "Fonte do Crastueyro"; sinal evidente de que ali ou perto dali existia ainda nessa altura algo relacionado com um castro.
Ora se partirmos do princípio que foram os primitivos ocupantes dos castros, sobretudo com a romanização, os pioneiros da actual agricultura não será difícil aceitar que também aqui os moradores ou donatários do Crrastueyro tivevessem a seu tempo aproveitado as terras chãs vizinhas do local e dessa consequência sergisse até o topónimo que muito mais tarde deu o nome à povoação: Campos.
Que assim tenha acontecido é uma hipótese de certo modo fundamentada que deixamos ao critério do leitor aceitar ou não. Que só no registo dos Tombos 1566 é que o lugar de Campos aparece referido pela primeira vez isso é uma verdade. Daí se nos afigurar correcto imaginar que a ocupação efectiva e povoamento de Campos só se deu muito depois do século XIII.
Seja como for é-nos muito grato falar duma aldeia que durante muitos anos ainda conhecemos sem estrada e minha santa e saudosa mãe escolhia para descansar uns momentos quando vinha a pé da vila ou de Fermil, e na loja do "Manuelzinho de Campos" quase sempre me comprava um tostão de figos.
Também ali arranjava sempre a meneira de eu achar ...um ou dois tostões no chã para logo mais acima dar de esmola às "Alminhas" da povoação.
A história das terras é a história dos homens, por isso ao falar hoje de Campos falei da sua boa gente.
Costa Pereira
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