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A Cozida
O dia e véspera de cozer a fornada é canseiroso. A moça ou moço teve que levar antes o fole do grão ao moinho e tomar nota da data que o moleiro lhe aprazou para lá voltar trazendo a farinha. Agora o saco ou fole já vem por certo mais leve porque o homem da moagem retirou a maquia, e até parece que maquiou demasiado...
Ao dono da casa calhou a missão de acarretar a lenha que há-de aquecer o forno e a água para a amassadura. Ás raparigas ou rapazes mais novos foi atribuido o papel de irem pelos caminhos ou cortes do gado à procura de bosta. Quanto mais fresca melhor, porque a seca só com água se agarra à porta do forno.
Aprontada a masseira , peneirada a farinha e feita a mistura, acto de juntar à de milho um pouco de farinha de centeio, inicia-se a amassadura a que não pode faltar o sal e o fermento que vão ser diluidos por acção de água quente.
Depois é o momento de fazer a cruz na massa e de dizer uma oração para que a massa levede e cresça.
Enquanto a massa aleveda, carrega-se o forno com lenha que o vai aquecer e pôr em condições de fazer uma cozida harmoniosa. Também no acto de acender o forno é usual rezar um Pai Nosso pelas almas do Purgatório. Com o forno já devidamente quente ensaia-se a sua temperatura por meio da cozedura do bolo.
Se tudo está normal é só "escudelar" a massa e colocá-la na pá para sucessivammente em broas ser depositada no forno. Por fim a porta é colocada na boca do forno e tapada à volta com bosta e cinza misturadas.
Agora reste apenas esperar duas ou três horas para apreciar os frutos deste trabalho tradicional. Mas entretanto vai-se commento o bolo simples ou em "mornas" se é que não se espera para as fazer depois do forno aberto e com pão quente já cozido. Embora não convenha abusar deste petisco caseiro em demasiado porque para além do azeite,do alho e vinagre, se come muita broa da cozida que há-de dar até à próxima ida ao moinho entre oito a dez dias.
Costa Pereira
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Onde não há pão todos berram e ninguem tem razão.
Popular
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Quem cabritos vende e cabras não tem de algures lhe vem.
Popular
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Os Louros do Passado
Quer no aspecto económico, quer no social e histórico, a aldeia de Vilarinho devido a um conjunto de factores que lhe são peculiares goza duma invejável situação em relação à maioria das restantes povoações que formmam a freguesia de São Pedro de Vilar de Ferreiros, antigas Ferrarias de Entre Tâmega e Douro.
A fertilidade do seu solo arável, o bairrismo das suas gentes e o suposto potencial arqueológico das suas imediações dão a Vilarinho uma natural independêcia e supremacia que a titulointterno não só aceitamos como entendemos salutar para o desenvolvimento local e regional.
continua
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