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As Desfolhadas na região de Basto
As desfolhadas são a par das vindimas, das matanças e das sachadas uma das actividades rurais que mais impacto e alegria despertam na gente do campo.
Durante este trabalho as pessoas que nele participam têm tempo para o fazer cantando, contando histórias, abraçando-se animadamente - sobretudo quando aparece uma espiga de "milho-rei", milho vermelho - e até rezando.
Na nossa freguesia esta operação de retirar a espiga da planta decorre muitas vezes no próprio local onde o milheiro nasceu e amadureceu, depois de previamente cortado e amontoado no sítio que há-de servir de desfolhadouro.
Feita a descamisa foliosamente, são as espigas transportadas em cestos, ora para os palheiros, ora para os canastros ou espigueiros, consoante a intenção que se tem de as malhar mais cedo ou mais tarde.
Terminada a desfolhada é a palha enfeixada em pequenos molhos que depois são reunidos à volta de uma vara ou de uma árvore disposta na borda das leiras e lameiros originando as tradicionais medas ou meroucas que enfeitam a paisagem campestre do norte de Portugal durante as épocas de Outono e Inverno.
Esta palha destina-se à alimentação do gado vacum e vai sendo retirada das meroucas consoante as necessidades, durante a quadra invernosa.
Depois de bem seca a espiga, o que sucede por acção do Sol e do vento, procede-se à malhada, acto de separar o grão do carolo.
Seco o grão, dá o mesmo entrada em grandes caixas donde vai sendo retirado ao longo do ano em foles para o moinho e aí transformado em farinha que há-de dar origem ao tão apreciado pão-milho ou broa.
Não se tratando de nenhuma novidade para os habitantes da freguesia de São Pedro de Vilar de Ferreiros, o presente registo à volta das desfolhadas, achamos entretanto oportuno recordar esta tradição na Folha Informativa do GFRV para alertar as camadas mais jovens da terra no sentido de verem nesta actividade rural um pouco das suas raízes ...
Costa Pereira
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JOSÉ LOPES
Nasceu este nosso saudoso amigo na freguesia de Molares, concelho de Celorico de Basto, a 17 de Maio de 1922, tendo falecido no hospital de Arnoia, a 13 de Abril de 1981 e sepultado no cemitério de Britelo, no dia seguinte.
Foi empregado das Caves do Campo, na sua terra -natal. Foi funcionário da Casa do Povo de Fermil de Basto. Mais tarde desempenhou o cargo de fiscal de obras na barragem da Venda Nova, tendo acabado por se dedicar ao ensino oficial na qualidade de Regente Escolar, missão que desempenhou em São Mamede de Coronado (Santo Tirso) e em Guilhufe (Penafiel).
Desiludido com a remuneração atribuida ao professorado primário de então, resolveu regressar ao seu concelho que muito amava deixando entretanto amigos e admiradores por toda a parte aonde passou.
Tendo casado, no Porto, com D.Maria Eugénia Rodrigues Lopes fixou residência no lugar de Carril, Celorico de Basto, depois de ter vivido algum tempo em Molares.
continua
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