Segunda-feira, 14 de Dezembro de 2009

Folha-33c

JÁ NÃO HÁ SOCOS

          Como assinalei no meu esgotado opúsculo intitulado "A Região de Basto e as Ferrarias entre Tâmega e Douro" até há bem pouco tempo abundaram no seio da nossa comunidade os tradicionais artesãos que junto à estrumeira do gado ou da adega mantinham " a sua loja de trabalho" apetrechada com os seus rudimentares, mas eficientes  instrumentos de guiar ou consertar coisadas.

          Já lá vai quase meio século que deferente à  casa onde nasci, o saudoso ti António Juquim d'Oliveira tinha a loja de soqueiro ao lado da corte das vacas e amiudadas vezes eu lhe surgia curioso a bulir em tudo quanto fosse ferramenta: formão, enxó, serrote, arrancadeira e sovelas, mas eram com o mascote e as formas que me entretinha horas sem fim. Nas tachas, pregos, coiro e machada é que o mestre me ralhava de pegar.

          Era um regalo ver-me no meio daquele monótono lascar e pregar do ti António Juquim!     

          Quando disso carecia, munido do serrote vinha fora e duns troncos de amieiro estendidos a um lado do quelho, retirava alguns rolos que com a machada rachava,  a modos de achas pró lume. Depois empilhava essa madeira na loja e quando seca colocava na primeira acha à mão o molde do pé que com um lápis riscava. É a partir desta fase que a arte do soqueiro se vai projectar na peça a construir.   

          Com a machada a desbastar até dar o formato mais ou menos aparente, entra depois  a serra em função para abrir o salto. Alisa-se de seguida o tosco com auxilio da enxó e onde esta não chega vai o formão actuar para guiar os paus.

          Talhado o coiro (cabedal) que fora amaciado com ajuda do mascoto de madeira e a arrancadeira de ferro, entra em acção a sovela e o pregar das tachas e pregos que vão dar por pronto um para de socos ou de socas bem atamancadas...

          Deixou-se morrer a arte que na freguesia ainda o ti Manel Queirós, de Vilarinho, há pouco conheceu viva. Já não há socos.

CP.  

<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<

À MARGEM....

          A gravura, ao lado, serviu de ilustração para um bem fundamentado relato que sobre certo acontecimento recente na nossa paróquia o TERRAS de BASTO fez. Em letra miudinha que é para ler  com atenção, vejam na página seguinte os comentários do autor do texto sobre tudo quanto o impressionou e fez andar em aranhas para descobrir uma das mais antigas terras do concelho de Mondim. 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 17:06
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