Nem sempre correm depressa, como diz o povo, as más noticias. Estas por vezes travam também a sua marcha. No presente caso foi o que sucedeu com a morte do inesquecível Mário César.
Só em meados do ano passado, alguém. como eu amigo comum do Padre Mário, me fez constar, a medo, ter ouvido um boato. Era difícil acreditar, pois ainda havia pouco tempo que do punho do revdo. César Marques chegaram noticias de Braga. Isto era aquilo que julgava eu ser exacto. Mas não. O insigne autor de "Visita de 1825 a Paróquias, hoje integradas no concelho da Povoa de Varzim", " Inquérito às paróquias do concelho da Povoa de Varzim de 1845" e "Os Poveiros e o santuário do Alívio, Soutelo (Vila Verde)" já não me dava noticias há mais de um ano, porque a final o conceituado historiador e professor de Arte Sacra do Seminário Conciliar da cidade dos Arcebispos tinha realmente "voado para o Oceano da Luz sem fim".
Pároco de São Julião de Paços e Bastuço, durante 26 anos, o Padre Mário César com carro e meio de primaveras vividas (60 anos ) partiu para junto daqu'Ele a quem generosamente serviu como sacerdote, intelectual, professor e investigador histórico. Nascido na Povoa de Varzim em 6 de Outubro de 1926, o padre Mário faleceu em 18 de Agosto de 1987, na freguesia de Rendufe (Amares) que paroquiava aproximadamente há sete anos.
Os pobres, os ignorantes e os humildes perderam um amigo de carácter transparente, puro e com alma e espírito lutador, um HOMEM de coração generoso e santo que sofreu muito mas sempre irradiou paz, disponibilidade, alegria e uma calma contagiante. A Igreja Bracarense ficou também mais pobre e o mesmo aconteceu à Universidade do Minho que tinha no Padre César Marques um Arqueólogo e amante da investigação qualificada. Também a região de basto ficou a dever muito ao ilustre finado, mormente Vilar de Ferreiros, e eu em particular, pela informação histórica que Mário César desenterrou da poeira dos arquivos e generosamente forneceu e pôs ao dispor de quem se compromete a não fazer da Cultura um monopólio seu. Do exposto, se alguém tem dúvidas consulte a pág. 10 de A Ermida do Monte Farinha (edição de 1988) ou leia atentamente a missiva seguinte:
"São Julião, dia de S. Boaventura de 1972.
Bom Amigo e Senhor José Augusto
Obrigado pelo envio do jornal e pela referência. Os Inquéritos de 1945 tinham também por fim fornecer ao Governo os trabalhos preparatórios sobre a divisão, união e supressão das paróquias do Reino.
Os poderes de remodelação tinham sido outorgados ao Governo por carta de Lei de 2 d Dezembro de 1840.
Quando tiver tempo hei-de verificar na Biblioteca Pública , os dados referentes à sua região e podermos talvez avaliar a isenção de quem emitiu o parecer. ( ....) Mário César".
Obrigado e até sempre, Padre Mário!
Costa Pereira>
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