são muitos e de diferentes datas os testemunhos confirmativos dessa multi-secular "villa de ferreyros", merecendo especial destaque entre outros documentos régios as Inquirições do Conde de Bolonha ou as anteriores de D. Afonso II. Isto muito antes de se chegar ao reinado de D. Manuel I, que não obstante incluir Vilar de Ferreiros no município de Mondim, não deixou de entretanto salvaguardar as regalias provenientes da antiga carta que lhe conferia a isenção de pagamento pelos montados e maninhos (baldios). Daqui a nossa concordância plena com o autor do artigo recentemente publicado em Monte Farinha (Agosto/Setembro-88) quando na 1ª pág. sob o titulo Mondim de Basto reportando-se a séc. XVIII, afirma " Quanto a pastores e moleiros nem um !" foi descortinado no concelho. Quer isto dizer que nessa data ainda Vilar de Ferreiros para além de sede da freguesia a que deu o nome era também respeitada como sede que foi do antigo município das Ferrarias, gozando de independência em relação a Mondim. Ontem, como hoje se Mondim não tinha pastores, também não tem direito a "montados e maninhos". As Ferrarias, sim. E por certo que tiveram pastores e industria de lã em grande escala, disso são testemunho ali os termos Mestas e Pisões.
Mas não foi para tratar de Vilar de Ferreiros como sede de um município rudimentar que "tinha com a Coroa as obrigações dos casos-crimes (voz-e-coima), mas só em três casos (homicídio, furto e rousso), ficando os outros ao concelho local; lutuosa do rei e de "vida"(vitualhas) ao mordomo", foi sim para falar de São Pedro de Vilar de Ferreiros como povoação importante da região de Basto que pegamos no tema. Do interesse histórico que possa ter vão ser os leitores a dize-lo. Vamos ao topónimo: Vilar só muitos séculos mais tarde recebeu o determinativo "de Ferreiros" que nada tem a ver com Ferrarias ( de " ferraria", oficina siderurgica), embora aluda ao mesmo facto". Tão pouco aqui a villa tem a ver com o primitivo Vilar, este tem origem no povoamento, aquela numa distinção real ou republicana...tanto faz como fez. O certo porem é que Vilar de Ferreiros ganhou corpo e prestígio e no Séc. XIII já tinha igreja e abade para acolher e servir os fieis das Ferrarias. Da igreja de então não existe memória do local exacto, mas a tradição situa-a não muito afastada da actual igreja paroquial que tem a data de 1699. Com o adro, onde se ergue o famoso cruzeiro brasonado de Vilar, serviu a referida igreja matriz de cemitério até à 2ª década deste século, altura em que foi connstruido o campo santo do Calvário.
Para além do valioso conjunto arquitectónico, igreja, cruzeiro e residência paroquial, Vilar de Ferreiros tem ainda na sua sedutora capela de São Sebastião, que gozou de privilégios régios, e no seu piedoso calvário a imagem viva de um passado nobre e acolhedor. Também na toponimia urbana da aldeia nós vamos encon -
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