que terras não faltavam à nobre e rica viúva com quem casou. Mas daí a dizer-se que nasceu ou viveu aqui na sua adolescência é demasiado...Nem a D.Leonor de Alvim aqui vivia! Aquilo era gente grande que vivia na Corte, e só às temporadas apareciam nestas terras pobres. Na corte, onde foram criados se conheceram e por lá se casaram. E só depois disso é que o beato Nuno andou por aqui alguns tempos a treinar-se a trás dos ursos...para de seguida poder correr a trás dos castelhanos.
O Padre Rebelo é uma enciclopédia e por minha vontade ainda lá estava agora a ouvi-lo. Mas o estava a fazer-se tarde e a chuva não parava de cair. Cortei-lhe a palavra:
- Senhor Padre, vim aqui aprender muito, porém gostava que me informasse se vale a pena ou não subir até para além do cemitério afim de ver in loco a tal "casa" e o "picadeiro", que me diz?
- Donde são os senhores, que é para eu melhor poder responder?
- Eu, e este jovem, seminarista, somos de Vilar de Ferreiros; a minha mulher, de Leiria, a minha filha de lisboa. Mas vamos para Vilar de Ferreiros.
- Pois, bem. Então o conselho lhe dou é que não demore, porque está a enoutecer e tem ainda muito que andar. E leve a certeza que mesmo depois de morto, esteve aqui... o Beato Nuno! Olhe para essa placa cravada na parede da igreja, assinalando a visita das relíquias dele a Pedraça. Já fui eu quem a mandei colocar. Esta gente não presta para nada, em toda a região não existe nenhum monomento que honre dignemente D.Nuno Alvares Pereira, em terras de Basto.
Despedi-me do douto interlocutor com esta promessa feita a mim mesmo: Quando chegar a Lisboa hei-de ir às ruínas do convento de Santa Maria do Carmo confiar ao Beato Frei Nuno as impressões deste passeio à região donde ele se encontrava quando um dia partindo para o "trintário" de D. Fernando só voltaria de novo já envolvido na "crise de 1383-1385" afim de com o Mestre de Avis submeter as praças reveldes de Entre Douro e Minho.
Entretanto deixo aqui assegurado, que passando para os lados da Sertã hei-de ir a Bonjardim ver se descobro os Paços onde nasceu o Condestável e se fico mmais contente do que fiquei com a deslocação a terras de D.Leonor de Alvim
CP
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Alusivo à Linha do Tâmega, CF
- QUE BICHO É ESTE, QUE EM BASTOJÁ NINGUÉM CONHECE?
- PERGUNTEM AOS AUTARCAS DA REGIÃO>
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Terras de D. Leonor de Alvim, BASTO
Ora digam lá os analistas mais rigorosos em matéria de história local que não tem valor a patranha ou a ignorância com que certos pseudo-historiadores abrilhantam as páginas dos seus pastelões de caracteres! Se não fora essa chusma de "profissionais" de pena de perdiz barqueira ....como é que um Dr. Primo Casal Pelayo se podia distinguir a refutá-los no que respeita a terras de Basto ou Médio-Tâmega? Ou eu, na peugada da "casa da adolescência de Nuno Alvares Pereira" surgia em Santa Marinha de Pedraça, no dia 27 de Julho de 1990? Sem o "impulso" dos forjadores da anedota histórica os autênticos investigadores perdiam ritmo e os estudiosos por simpatia passavam a dar crédito somente a quem na posse de um "canudo" mais asneiras e trapalhices históricas pusessem a circular.
Conduzido pelo conselho errado desses autores que raramente se aconselham com quem os saiba informar dos factos e ocorrências regionais, apareci de surpresa à porta do padre José Maria Rebelo, pois ninguém melhor do que ele naquela terra me saberia indicar a localização da "casa e do "picadeiro" do Condestável D. Nuno. Acertei em cheio!
O Padre Rebelo que tem há 47 anos está a paroquiar Pedraça, tem da região um profundo conhecimento e a biografia do Beato Nuno e dos Alvins toda na cabeça. Quando o enfrentei dizendo da razão que me levava ali, o bom do cura começo a sorrir-se para logo iniciar a lição:
- Não é o primeiro que vem aqui à procura do mesmo....Tem -se dito a esse respeito muita tolice. Ainda há pouco me apareceu aí um jornal com a informação de que o Beato Nuno tinha nascido aqui, quando nem a mulher era de Pedraça, mas sim de terras de Barroso.
Resolvi interromper para mais depressa obter a informação que desejava:
- Mas afinal D. Nuno viveu ou não nesta terra?
- Pois claro que viveu, aqui e noutras localidades por aí fora, já
Figuras e Factos
Não são figuras, mas são factos importantes que interessam de certa forma ser bem conhecidos pela população inteira da nossa freguesia, estes que constam de três "noticiazinhas" publicadas em TERRAS de BASTO, de 15 e 30 de Setembro, e 15 de Novembro de 1989, e que nós aqui ordenamos para como manda a justiça, fazer constar, aí vão:
" Vilar de Ferreiros
Foi há pouco mais de um ano que nos soou aos ouvidos a triste noticia de que tinha falecido o Padre Mário. Logo procuramos confirmar o que desejávamos fosse um boato. Não era. Embora só recentemente a noticia tivesse confirmação o facto é que aquele que amou os pobres, os ignorantes e os humildes deixou de fisicamente estar a seu lado, partindo em busca da morada dos eleitos depois de três meses de imolação no calvário que o Senhor lhe reservou. O sacerdote, o professor, o historiador e o jornalista sobre temas de história e arte partiu após sessenta e primaveras vividas para o "Oceano da Luz sem fim". Nascido na Povoa de Varzim a 6 de Outubro de 1926, o padre Mário César Marques faleceu em Rendufe (Amares), a 18 de Agosto de 1987, freguesia que paroquiou quase 7 anos no fim de ter sido pároco, durante 26 anos, de São Julião de Paços e Bastuço.
Com a morte do Padre Mário a região de Basto perdeu um ilustre admirador, Vilar de Ferreiros um analista das suas raízes históricas e nós um amigo sincero. Autor de: "Visita de 1825 A Paróquias hoje integradas no concelho da Povoa de Varzim", " OS POVEIROS E O SANTUÁRIO DO ALIVIO, EM SOUTELO (VILA VERDE) e " INQUÉRITO ÀS PARÓQUIAS do CONCELHO da POVOA DE VARZIM,em 1845, Mário César, neste último trabalho, publicado em 1971, regista a certo passo " é curiosa a disputa entre Mondim de basto e Vilar de Ferreiros sobre o terreno em que está edificada a ermida da Senhora da Graça e o livro das VISITAÇÕES do Arciprestado de Vila Pouca de Aguiar , de 1845, atribui a Vilar de Ferreiros, confirmando outras provas e não deixando sequer, lugar a dúvidas"
Professor de Arte Sacra no Seminário Conciliar da Arquidiocese e prestigiado colaborador da Universidade do Minho, no campo da investigação histórica e Arqueológica , o homem simples, de carácter transparente e com uma alma de artista e coração puro e santo partiu. Nós que muito lhe ficamos a dever repetimos Santo Agostinho : - " Senhor, recebei em sufrágio da sua alma as nossas lágrimas que são o sangue do coração". CP
XXX
CARTAS AO DIRECTOR
Esclarecimento
Do nosso colaborador Dr. António Borges de Castro, advogado, escritor e jornalista muito conhecido, com vários livros publicados, conhecidos em todo o país, recebemos a seguinte carta que publicamos , sem com isso pretender criar polémica, mas proporcionar a todos o mesmo veículo de informação.
" Mondim de Basto, 14-9-1989.
Prezado amigo e director do "Terras
de Basto" - Celorico de Basto.
Sobre o que li hoje no jornal, peço a fineza de publicar o seguinte:
Convido o Correspondente de V.F. a ler no Diário do Governo nº 64 de 22-3-1880 o acórdão do S.T.A. aí verá que o terreno onde está a capela de Nossa Senhora da Graça pertence a Mondim, acabando assim para sempre as antigas discórdias quanto à jurisdição temporal; na parte espiritual o bispo faz o que entende injusta e ilegalmente revogando os usos e costumes de mais de cem anos que só a Santa Sé o pode fazer.
O bispo D. João Evangelista a tal respeito respondeu numa reunião do clero: Respeite-se a tradição - " nihil inovetur nisi quad tradita est". Ora os capelães de nomeação canónica de 1763 a 1910 eram escolhidos no clero numeroso de Mondim.
Não escreva asneiras copiando-as de corografos ou enciclopedistas mal informados que nunca vieram às nossas terras, segundo o sábio Abade de Baçal, bom mestre que sigo nas minhas monografias.
Cordiais cumprimentos,
António Borges de Castro.
XXX
Vilar de Ferreiros
"Temos lido e compilado muita coisa sobre terras de Basto, mas sinceramente só agora fomos despertados para a leitura atenta do acórdão do S.T.A., de 22 de Dedzembro de 1880, que por acaso temos à mão. Agradecemos o "escleracimento" dado pelo inconfundivel Mondinense, advogado, escritor e jornalista da nossa praça, e convidamos também os leitores interessados a consultarem o referido documento, que na integra surge publicado em A Ermida do Monte Farinha, de Primo Casal Pelayo, edição de 1988. Se de facto alguma "asneira" consta a do Santuário pertencer a São Cristóvão de Mondim jamais a podemos copiar, não vem lá.
Os mortos devem-nos o maior respeito, e sobretudo quando se trata de figuras que marcaram posição no campo da cultura e saber humano. Até porque no caso concreto que originou o taruma no defensor gracioso dos direitos que Mondim não tem, é de miu grã nobreza a atitude do saudoso investigador histórico Rev.doCésar Marques já que remete os autênticos estudiosos para o livro de Visitações do Arciprestado de Vila Pouca de Aguiar, de 1845.
Ponto final , pois que a publicidade custa dinheiro." CP
< Editorial
Como já disse os nossos jovens estão decididos não irem em futebois na presente temporada. Que joguem os outros...,enquanto nós, na defesa, vamos tentando a dança...
Se não estamos em erro, foi esta a música que recentemente soou na Imprensa Regional sobre a nossa juventude futebolística, a propósito do nosso Vilarinho Futebol Club na presente época ter deixado sozinho um Mondinense Futebol Clube a correr a trás da bola...
Lamentemos a sorte dos nossos operosos desportistas cujo feito de terem um dia guindado o futebol local à Divisão Distrital maior, há-de ficar para sempre assinalado na história da nossa terra. Este é o maior louvor e também a maior verdade que temos para, a este resppeito, assinalar.
O desporto faz falta à nossa juventude, assim como a cruz e a água-benta o faz ao Diabo, afugenta-o de nós. Mas nem todos entendem assim. Que a unidade à volta das nossas associações nunca falte.
CP
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Bem aí o Natal!
Anjos, reis, pastores,
Por divina traça
São anunciadores
Do Autoor da Graça.
Pelo Deus visivel,
Que já conhecemos,
No amor do invisivel,
Nos arrebbatemos
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BOAS FESTAS
O Grupo Folclórico e Recreativo de Vilarinho, bem como os responsáveis pelo seu Boletim Informativo, desejam a todos os Conterrâneos e leitores aquele Santo Natal e Ano de 1991 que para nós desejamos.
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ça s desenhar-se o futuro do incomparável escritor , que nascido em Lisboa, recebeu e cultivou o génio trasmontano. Do Padre António de Azevedo, recebe as primeiras "Lições de Humanidades" e aprende na aldeia a conviver com os humildes que na terra cavam o pão que a vila e a cidade mastiga.
Passa por Friúme e ali conhece Joaquina Pereira de França, com quem casa na igreja de São Salvador de Ribeira de Pena, a 18 de Agosto de 1841. Segue para o Porto na tentativa de vir a cursar Medicina; porém, o seu destino era ser escritor, e que genial ESCRITOR!
Os estudos não se coadonam com a rambóia, nem a vida aventureira com a paz de espírito das pessoas santas, ora neste domínio falhou Camilo. Tanto amou as mulheres que por amor a elas sofreu muitos dissabores e até a vergonha do cárcere. Um dia foge a Pinhheiro Alves com a Mulher Fatal, e como resultado dessa aventura foi parar à cadeia do Porto. Mas antes, a região de Basto voltou a conhecer o autor de Novelas do Minho. Na tentativa de de fugir às malhas da Justiça, Camilo deambula uma vez mais pelas nossas terras. Em Doze Casamentos Felizes é ele mesmo que confessa ter estado na aldeia da Anta (Bilhó) a comer um vintém de pão negro a meia scom o seu cavalo. Isto quando da fuga de Fafe para Vila Real, em 1860, antes de de ser preso por crime de bigamia.
Preso e finalmmente absolvido, Camilo acaba por ir viver com Ana Plácido na fatídica casae São Miguel de Seide, onde cego e desgostoso com uma vida que nem sempre lhe foi ditosa, morreu a 1 de Junho de 1890.
A respeito deste notável roman cista recordo o seguinte episódio ocorrido comingo: Um dia desloquei-me de São Mamede do Coronado ao Porto, para ali visitar numa casa de saúde, o nosso amigo abade Morais Miranda, então em observações e tratamento na casa de Saúde da Boavista, vizinha do Marquês. Acompanhava-me um amigo e de baixo do braço um livro de Camilo que andava a ler. Ao entrar no quarto do ilustre sacerdote e depois de uma breve traca amistosas palavras vem as interrogações: "Então quem é este jovem teu amigo?"- perguntou. - Eu respondi que era um colega meu. - Logo a pergunta: "trabalham no mesmo oficio juntos?"- Eu já a ver que tinha posto o pé na poça, lá fui dizendo: não ele é tecelão, trabalha na industria téxtil. - " então não digas que é teu colega, mas sim que é teu amigo ou companheiro. Colega é aquele que tem a mesmo ofício ou profissão". Mas uma desgraça nunca vem só, o pior vem a seguir. Sobraçava eu A Queda dum Anjo que sinceramente receava mostrar ao distinto sacerdote, embora supondo que não conhecesse bem a obra de Camilo. Mas às tantas, ao mesmo tempo que me perguntou o que é que andava a ler, vai e deita-me a mão ao livro. Não respondi.
Depois de demoradammente folhear o livro, parou nas primeiras páginas a ler a dedicatória do autor, e naquela frase " Volto a oferecer-lhe uma das minhhas bagatela", detem-se por alguns momentos, e exclama cheio de admiração : " As minhas bagatelas...mas que grande e genial escritor!" E devolveu-me o livro, ao mesmo tempo que me fez a seguinte recomendação: " Lê, ma lê bem. Tem cuidado ... Olha que Camilo é muito maroto".
Só muito mais tarde compreendi a razão porque o Abade Morais Miranda prezava tanto a Língua Portuguesa: ele era um verdadeiro Camilianista
Costa Pereira
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UM MUNDO DE ALEIJADOS
Vai este boletim sem noticias, que certamente não faltam sobre os mais divversos temas do quotidiano local. Actividades culturais e recreativas da Associação, do Grupo de Zés P'reiras, dos grupos Corais e do nosso Futebol Clube havia por certo muito que dizer, mas que deixamos para quando os interessados se resolverem a perder o medo de escrever na Folhazinha que ´´e de todos e para todos.
Temos que olhar o provir de forma confiantes e nunca desnimados, porque já o nosso Camilo castelo Branco, dizia: - "O Futuro é um descuido do maior número e uma aflição de poucos espíritos que vieram sãos a um mundo de aleijados".
CP>
Do programa desse dia podemos destacar: Ás 09h30, concentração junto da capela de Vilarinho, das pessoas interessadas para uma visita a alguns lugares históricos da terra. Às 14h15, recepção aos convidados. Às 15h30, inicio da Conferência. Às 17h00, projeccção de um filme sobre Nossa Senhora da Graça, e finalmente exibição do Grupo Coral da freguesia, do Rancho e de uma representação teatral. Um dia festivo para vires gozar com teus familiares e amigos a Vilarinho, onde pelo menos há pão e vinho...
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Noticiário
- No passado dia 25 de Abril, tivemos cá a visita da TV-Norte que nos veio filmar o Rancho para ser exibido através dos ecrans na tarde de 27 de Maio último.
- O nosso grupo conta neste momento com 67 associados, incluindo os 5 sócios fundadores.
- O rancho tem já saídas mmarcadas para as seguintes terras: Mondim e na senhora da Graça, pellas festas de São Tiago; em Vilar de Viando, nas festas de Santa Luzia; pelo São Pedro, em Vilar de Ferreiros, e a 13 de Julho, em Vila Real.
- Lembra-te desta data: em 31 de Outubro de 1979 foi fundado o GFRV.
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REFLEXÃO
Neste braçado de tempo que envolve o espaço de Junho de 1980 a Junho de 1990, foram publicados 29 números do Boletim Informativo do GFRV. Fez-se um arrolammento da maioria dos lugares e sítios de interesse histórico e toponímico das antigas Ferrarias de entre Tâmega e Douro, bem como da Etnografia e doutros valores da Cultura Popular se procurou dar o devido ênfase. Abordou-se como se cultiva e trata o linho, ou como as nossas conterrâneas fazem a cozedura do pão. Mas também o modo de fabricar o azeite e a bagaceira foi assinalado quando se falou de azenhas e alambiques. De forma idêntica a Arqueologia e os imóveis arquitectónicos que da Pedra Que Fala à artística Ermida do Monte Farinha que dão a Vilar de Ferreiros uma singular característica mareceram do Boletim especial tratamento. Tudo muito interessante e sedutor para dez anos depois se poder remirar e repensar do nosso Fragão de São Paulo ou dequele Marco de Campos que mão criminosa destruiu não há muito tempo.
Face ao que ficou exposto, não é vaidade afirmar que valeu a pena toda esta maluqueira a que dois "tolos" deram corpo para na sua terra haver hoje um modesto jornalinho. Se dessa loucura pessoalizada, não personalizada, os leitores sacarem algum proveito honram e prestigiam com isso os promotores da bem intencionada iniciativa, se pelo contrário todo este trabalho passou desppercebido na dispersa urbe ribbeirinha, melhor seria estarmos quedos, e antes seria bem melhor com a tinta e papel gastos até ao momento, nos termos ocupado a pintar macacas...
Acreditamos nos valores humanos, intelectuais e culturais existentes na nossa freguesia, sobretudo no bairrismo que a todos nos caracteriza, motivo porque não desanimamos ainda da árdua tarefa de sozinhos manter a publicação desta modesta folhazinha. É que mesmo assim modesta e mal ataviada só Deus sabe as horas que se perdem a rebuscar assunto, congeminar ideias e verter, depois, as coisas no papel.
Com tudo o que fica dito e do muito que ficou ainda por dizer, não é dificil concluir que chegou o momento dos "carolas" repensar no trabalho feito até à data, e perguntarem-se a si próprios se valeu ou vale a pena manter um Boletim onde só um monopolista manobra o ideário artesanal do caseiro jornalismo. Será que estamos a contrariar um professorado desmotivado, uma paróquia menos fraternal ou uma junta de freguesia desconfiada no apostar na Cultura?
Repensem também todos aqueles que habitualmente nos têm vindo a ler
José Augusto da Costa Pereira
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"Os defeitos que tiveres aos dez anos, hão-de ser os vícios dos trinta". - Paulo Bourget.
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A Ermida do Monte Farinha e o Abade Morais Miranda
A questão da Senhora da Graça (Monte Farinha) na problemática da localização já passou à história. Todavia nunca será demasiado lembrar aos mais novos que não foi serena a devolução da posse definitiva do Santuário que a pesar de implantado dentro de terreno da freguesia e paróquia de São Pedro de Vilar de Ferreiros, desde sempre foi invejado por vizinhos de perto ou afastados....Para pôr termo a toda essa euforia desencadeada por devotos de má-fé, Nossa Senhora da Graça serviu-Se de um instrumento humano que embora não sendo da região de Basto iria com a sua pena e saber afastar da luta quem não tem força moral para combater...Ao Dr. Primo Casal Pelayo se ficou a dever tal feito e a mim por ter enviado de Lisboa para Vilar dois recortes de jornal que deram origem à carta que vou transcrever e que está na base de todo o meu empenhamento, desde então revelado, em prol da causa da ermida do Monte Farinha. Eis a missiva:
" Vilar de Ferreiros, 18-IX-65
Meu Caro José Augusto!
Recebi a tua carta, que muito estimei. E igualmente estimei os recortes (2) que mandaste.
Olha: Aquilo não passa de um chorrilho de asneiras e de mentiras.
Eu já tratei deste caso, sob o ponto de vista da jurisdição paroquial do Abade de Vilar de Ferreiros, no Santuário da Senhora da Graça - o único que me interessa.
Depois , como ele, o B. de Castro, passasse da argumentação para o insulto, deixei o jornal - "Noticias de Basto" - e procurei dizer da minha justiça ao Prelado, numa exposição bastante longa.
Este modesto trabalho, foi louvado por pessoas competentes e pareceu impressionar o Prelado.
Agora o patavina precisa duma réplica. Mas eu, infelizmente, não lha poderei dar.
Sabes que tenho 86 anos e que já tive segundo atraque que veio aumentar-me a paralisia e me deixou afónico e sem vista. Estou quase cego.
Isto para não falar na depressão que sofreram as minhas faculdades mentais. Se, pois, esse Senhor, teu amigo e colaborador de "A VOZ" tiver a bondade de se encarregar da réplica, seria ouro sobre azul, e aqui lhe deixo antecipadamente os meus agradecimentos junto aos teus.
Mas para isso é necessário que tome conhecimento do assunto.
Para tanto, eu, por teu intermédio, lhe facultarei a exposição de que atrás falei.
Lá verá tudo.
E por aqui me cerro, que os meus olhos recusam-se a continuar, e estou a transgredir gravemente , as prescrições do Médico.
Escreve-me na volta do correio, a dizer-me se posso mandar a exposição.
Já não pode , este velho decrépito , apresentar uma escrita limpa. Por isso desculpa a precipitação - está o Correio a partir - e o desalinho.
E pega lá um abraço do
teu Amigo velho e
Velho Amigo
Pe Manuel António de Morais Miranda
Abade de Vilar de Ferreiros
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PS
A exposição que mandarei é só para o Sr. Dr. Casal Pellayo tomar conhecimento do assunto.
Desejo, vivamente, que se não torne conhecida. Desejo e peço encarecidamente. Por isto:
Eu perdi a cabeça com com as tergiversações de Sua Excia. Reverendíssima.
Tratei-o com dureza. Fui um irreverente para com ele , que sempre foi meu amigo e ainda o é, apesar de tudo.
Por isso a publicação desse escrito, seria um escândalo, e afligiria o seu coração, extremamente bondoso, - o que de maneira nenhuma quero.
Morais Miranda"
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Um verdadeiro camilianista
A 20 de Agosto de 1860 passou certamente em Vilar de Ferreiros uma das maiores figuras da literatura portuguesa: Camilo Castelo Branco.
Natural de Lisboa, onde nasceu a 16 de Março de 1825, Camilo veio com apenas 10 anos viver para Vila Real entregue aos cuidados duma sua tia que passados 4 anos o apontou para Vilarinho da Samardã. Aqui come-
. Folh-33d
. Folha-33
. Folha-32
. Verdadeiro modelo de São ...