< Editorial
Já se pode contar por décadas, uma, a idade do GFRV. No passado dia 31 de Outubro fez dez anos que um punhado de vilar-ferreirenses apadrinhou em Lisboa a oficialização da nossa colectividade que até aí vivia em gestação...Pouco tempo de vida, mas já o bastante para quem usar os anos como meio capaz de pôr à prova o bairrismo e a perseverança dos mais afoitos. Não queremos fazer testes de avaliação, cada um só dá o que pode. E mau é, se o não faz!
Conta-se na nossa terra que "quem muitos burros toca, algum lhe fica para trás". O dito é do povo, e a voz do povo é a voz de Deus, quem o diz é também esse mesmo povo. O GFRV embora ande a reboque de poucos e descuido de muitos, é rês de luxo para não se deixar perder de vista. Apostado em reabilitar a cultura popular das antigas Ferrarias de entre Tâmega e Douro, bastaria este boletim para justificar o labor e empenho do grupo na concretização desse trabalho. Mas para além da actividade histórico-informativa, o GFRV tem no seu "Rancho Folclórico" a raiz e causa da sua existência.
Reflectir sobre o acontecimeno festivo e no papel desempenhado e a desempenhar pela nossa associação cultural é um dever de todos nós nascidos na freguesia e paróquia de São Pedro de Vilar de Ferreiros, mormente dos mais afectos à aldeia de Vilarinho. Depois ter em mente que só um espírito bem formado e conhecedor das tradições culturais da sua terra será capaz de ajudar, em vez de complicar, a conquistar vitórias favoráveis à comunidade.
Que neste Natal de 1989 os tradicionais grupos de "cantadores dos reis" sirvam de "despertador" à consciência colectiva da nossa comunidade e tudo quanto é velho ou novo ganhe força e dê no próximo ano de 1990 mais dinâmina ao folclore e etnografia da nossa terra, são os votos do
Costa Pereira
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AS BOAS FESTAS:
BOAS FESTAS, BOAS FESTAS, BOAS
FESAS, BOAS FESTAS.
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Nem sempre correm depressa, como diz o povo, as más noticias. Estas por vezes travam também a sua marcha. No presente caso foi o que sucedeu com a morte do inesquecível Mário César.
Só em meados do ano passado, alguém. como eu amigo comum do Padre Mário, me fez constar, a medo, ter ouvido um boato. Era difícil acreditar, pois ainda havia pouco tempo que do punho do revdo. César Marques chegaram noticias de Braga. Isto era aquilo que julgava eu ser exacto. Mas não. O insigne autor de "Visita de 1825 a Paróquias, hoje integradas no concelho da Povoa de Varzim", " Inquérito às paróquias do concelho da Povoa de Varzim de 1845" e "Os Poveiros e o santuário do Alívio, Soutelo (Vila Verde)" já não me dava noticias há mais de um ano, porque a final o conceituado historiador e professor de Arte Sacra do Seminário Conciliar da cidade dos Arcebispos tinha realmente "voado para o Oceano da Luz sem fim".
Pároco de São Julião de Paços e Bastuço, durante 26 anos, o Padre Mário César com carro e meio de primaveras vividas (60 anos ) partiu para junto daqu'Ele a quem generosamente serviu como sacerdote, intelectual, professor e investigador histórico. Nascido na Povoa de Varzim em 6 de Outubro de 1926, o padre Mário faleceu em 18 de Agosto de 1987, na freguesia de Rendufe (Amares) que paroquiava aproximadamente há sete anos.
Os pobres, os ignorantes e os humildes perderam um amigo de carácter transparente, puro e com alma e espírito lutador, um HOMEM de coração generoso e santo que sofreu muito mas sempre irradiou paz, disponibilidade, alegria e uma calma contagiante. A Igreja Bracarense ficou também mais pobre e o mesmo aconteceu à Universidade do Minho que tinha no Padre César Marques um Arqueólogo e amante da investigação qualificada. Também a região de basto ficou a dever muito ao ilustre finado, mormente Vilar de Ferreiros, e eu em particular, pela informação histórica que Mário César desenterrou da poeira dos arquivos e generosamente forneceu e pôs ao dispor de quem se compromete a não fazer da Cultura um monopólio seu. Do exposto, se alguém tem dúvidas consulte a pág. 10 de A Ermida do Monte Farinha (edição de 1988) ou leia atentamente a missiva seguinte:
"São Julião, dia de S. Boaventura de 1972.
Bom Amigo e Senhor José Augusto
Obrigado pelo envio do jornal e pela referência. Os Inquéritos de 1945 tinham também por fim fornecer ao Governo os trabalhos preparatórios sobre a divisão, união e supressão das paróquias do Reino.
Os poderes de remodelação tinham sido outorgados ao Governo por carta de Lei de 2 d Dezembro de 1840.
Quando tiver tempo hei-de verificar na Biblioteca Pública , os dados referentes à sua região e podermos talvez avaliar a isenção de quem emitiu o parecer. ( ....) Mário César".
Obrigado e até sempre, Padre Mário!
Costa Pereira>
"Irmandades" empunhadas por homens de fé e engalanados com opas de cor vermelha e branca; a seguir o grupo coral, com seu iniforme azul e branco; os meninos da cruzada; três majedtosos andores; logo a trás o pálio, a filarmonica e o povo, muito povo da terra e de fora.
À noite pude assistir ainda a um pintoresco arraial iluminado à luz da velha candeia, "curiosidade" que brevemente vai deixar de fazer parte do reportório folclórico da aldeia, pois já começaram, em 1981, a erguer os postes para a electrificação (2) .
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(1) Foi inaugurada em Abril de 1981.
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Vilarinho Futebol Clube
Depois de uma temporada com os olhos postos na vitória o Vilarinho Futebol Clube conseguiu alcanççar os seus objectivos: ser campeão da 2º divisão da A.F. de Vila Real. Por mérito próprio subiu ao degrau mais alto do futebol distrital. Parabéns Vilarinho, parabénns juventude. Convosco jogou também a freguesia de São Pedro de Vilar de Ferreiros , o concelho de Mondim e toda a região de Basto. Não estais sozinhos!
Agora vem aí nova campanha futebolistica e para que não se confirme o dito popular de que "quem muito alto sobe, de mais alto cái", responsáveis e atletas devem estar atenos às jogadas...Da massa associativa exige-se cívismo, muito respeito pelos adversários e compreenção de que ganhhar e perder tudo é desporto.
Cabe aos adeptos das equipas aplaudir , aos atletas jogar,aos arbitros dirigir, à autoridade manter a ordem, e a todos saber dar do futebol a melhor imagem. Que a época 89/90 com a nossa terra na 1ª Divisão Distrital, saibamos dar lições de futebol e de bairrismo ordenado.
Costa Pereira
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IRMANDADE DE NªSª da GRAÇA
Realmente Atei foi sempre com Vilar de Ferreiros parceira no Santuário de Nossa Senhora da Graça, isto até 1868! A partir dessa data São Pedro de Atei, ao colocar-se ao lado do "inimigo" de Vilar não só perdeu toda a força moral que a tradição lhe conferia, como, canonicamente, deixou também caducar esses direitos tradicionais. Sim. Direitos tradicionais porque o Santuário está e sempre esteve situado apenas em terreno de Vilar de Ferreiros, como bem o assina-la o local onde no 2º adro da Ermida existe a cruz que separa, ali, Vilar de Atéi. A pág. 81 da monografia Ermida do Monte Farinha, de Primo Casal Pelayo, tira todas as dúvidas aos saudosistas....
Nossa Senhora da Graça é mãe de todos nós e não quer por causa dEla ver os os seus filhos zangados. Por isso D. António Cardoso Cunha respeitando os direitos de Vilar, acaba de aprovar a nova Direcção da Irmandade: Pres. Padre Manuel Joaquim Correia Guedes; Vice-Pres. Manuel A. Borges da Silva; Secretário, Manuel Lopes, e Tesoureiro, Armando M. Cardoso. Parabens!
continua
constitui segredo para ninguém de Vilar a existência desse topónimo , mas quanto à sua localização, propriedades e limites nem todos conhecem; e muito pior do que isso a investigação historica parece desinteressada do assunto....
Sabemos que nesta matéria há novidades, novidades que não nos compete a nós divulgar e muito menos alertar a sua existência. Ao Dr. Primo Casal Pelayo caberá quando assim o entender revelar publicamente os frutos da sua pesquisa que nós apenas asseguramos de valor incalculável. Que ninguém nos leve a mal de entretanto tratar aqui o topónimo Morgado existente na sede de freguesia e garantir que foi propriedade, com outras, do "Regalengo das Ferrarias".
Caminhando desde a igreja paroquial até ao portão da ti Marquinhas do Trinta, uma rustica habitação à nossa esquuerda ( do Urbano Prazelas) dá-nos a linha norte do Morgado. Para encontrarmos toda a fronteira a poente, bastará descer dali, por entre muros, ao encontro do carreiro que nos leva a sul até à Fonte Nova. Depois descobrir o nascente da propriedade em causa é pela base contornnar os muros e atalhos que nos conduzem ao adro da capela de São Sebastião.
Até à pouco esta propriedade pertenceu ao Sr. Fernando Martins Ferreira, e hoje ao ser filho Manuel.
Do latim maioricatu, derivado de maior, mais velho, o termo Morgado significa um conjunto de bens que não se podem dividir. Morgado pode ser também uma corrupção de "Magoz", limite.
Costa Pereira
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O seu ninho....
(continuação do numero anterior)
Desci depois o sugestivo "Miradouro" e fui visittar as Fisgas de Ermelo, outro espectacular local onde o belo se mistura com o horrível, silenciando a voz e o raciocinio humanos, face a tão marcante maravilha da Natureza ali. As "Fisgas" é uma admirável área cavada de paredes inacessíveis que a erosão e curso das águas do rio Olo moldou a seu jeito, no xisto, para servir de solar à águia do Marão e cartão de visita à freguesia de Ermelo. É o local servido por um óptimo estradão florestal que rompendo da E.N.nº 304 - Mondim/Vila Real - vem encontrar deserto e desconhecido das forças vivas do concelho (Mondim de Basto) e do distrito (Vila Real) um autêntico colosso paisagistico perdido na montanha maronesa.
A seguir tive ocasião de apreciar desde a Tontuça ou Fojo até Vilarinho, através duma estrada de mau piso que se distende em diracção à Pedra Alta, passando por Cavernelhe e Bilhó. Em Vilarinho era dia de festa, e ali me detive para presenciar a concorrida procissão em honra de Nossa Senhora de Fátima: À frente o grupo local de zés p'reiras, depois a cruz e bandeiras das
. Folh-33d
. Folha-33
. Folha-32
. Verdadeiro modelo de São ...