A FOLHA
Folha 18
< EDITORIAL
Mais um aniversário sobre o aparecimento da nossa Folha Informativa ocorreu recentemente. Dessa ocorrência derivou esta modesta publicação entrar no seu VIIº ano de activo labor em prol do Folclore, da Etnografia e da Informação relacionada com o GFRV, e da sua área de actividade: a região de Basto.
Consciente do seu potencial histórico e cultural, são Pedro de Vilar de Ferreiros tem sabido defender com maior ou menor garra esses pedaços de "portugalidade" pouco a pouco desaparecidos com a perda da antiga municipalidade das FERRARIAS, sem para isso precisar de recorrer ao apoio do vizinho prior...Usando da prata da casa e enquanto houver tradição na alma desta gente dantes quebrar que torcer, lá vamos cantando e rindo....
Costa Pereira
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O COUTO (das FERRARIAS)
Sobranceiro à aldeia de Carrazedo ( São Cristávão de Mondim) e no extremo poente da Serra de Campos , fica situado o alto do Couto ou Couto de Campos. Local que há mais de sete séculos vem servindo de referência divisória entre as freguesias de Vilar de Ferreiros e Mondim de Basto, como podemos ver mediante a linha 31, pág. 13, do trabalho " A região de Basto e As Ferrarias Entre Tâmega e Douro", onde aparece citado: cotu de Carrazedo.
Pode acontecer que tal designação derive do facto do monte em causa, por perder ali a cauda, tivesse recebido como prémio de "rifa" o designativo. Mas porque tal apreciação cabe aos etimilogistas estudar, nós vamos deixar aqui pela boca do prof. Jorge Dias o conceito do termo na versão do título: " Os coutos não são propriamente baldios do povo. A maioria das lameiras ou lameiros foi outrora dividida por vários vizinhos, cujos herdeiros ainda hoje pagam as respectivas contribuições aoa Estado".
No caso do Couto de Carrazedo ou de Campos, se desses "coutos" algumas vez se tratou, foi a seu termpo bem repartido pelos vizinhos de Campos (Vilar) e Campos(Mondim).
JC
Este lindíssimo monte, sobraceiro à vila de Mondim e em parceria pertencente ao lugar de Campos ( Vilar e Mondim), está muito mal aproveitado em termos históricos; e já era tempo de alguém responsável pela cultura da nossa terra, mandar fazer um estudo aprofundado, sobre este histórico local, que as empoeiradas folhas dos livros do tempo, dizem que por ali terá acampado, o César Romano, general Brutus, que com as hordas guerreiras conquistou grande parte da península ibérica.
Algumas décadas atrás, ainda era vivo o Desembargador da Casa do Atalho, Dr. Joaquim de Matos Pinto Coelho, que sabendo da minha afeição às artes, arquealogias e tudo que tinha a ver com a origem histórica da nossa terra, chamou-me e disse:
-"Amigo Zéca, você sabe onde fica o monte Farinha/Minor? - eu respondi:
-Não senhor Doutor, muito embora já tenha ouvido falar a muita gente sobre esse assunto.
- Pois então eu vou mostrar-lhe onde fica o Monte Farinha/Minor.
Peguei no meu carro e foi com ele onde nunca sonhei poder ver o citado monte. Seguimos pela estrada de Mondim para Paradança e ao chegar ao alto da charneca, um pouco antes do cruzamento que sai da E.N. para Paradança, parei o carro, e encostei à esquerda num pequeno parque que ali havia, com uma vista maravilhosa para a povoação de Vilar de Viando e também para o Monte Farinha.
Então já viu o Monte Farinha/Minor? - perguntou o senhor Desembargador:
Não, respondi a medo, não sei realmente onde fica.
Foi então que ele ma pediu para eu lhar bem, para o monte que ficava ao fundo do monte Farinha, num vértice perfeito, como que tivesse sido talhado por uma régua. Era o monte do Couto, que visto dali, mais parecia o filho do monte Farinha.
Esta, era a opinião de um estudioso muito grande, que gastou muitoa anos da sua vida na procura e na investigação da história de Mondim de Basto.
É um regalo saborear o que dizem, depois de terminar as tarefas caseiras.Em vez de pegar num livro, lá fui ouvi-los, que resulta ainda melhor; e lá venho meter a colherada:-A minha avó quando subiamos o monte a pé, dizia:olha, já passámos o Coto, já só falta subir o Monte da Senhora!E eu dizia:ainda só passámos o filho, ainda falta a mãe
toda.Portanto a minha avó dizia Coto sem "u". Dialoguem mais vezes sobre estas coisas,para os mais novos terem conhecimento.Até eu me tinha esquecido destes pormenores.A nossa terra está cheia de histórias lindas e quase sempre verdadeiras.
Abraço aos dois.
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